Se você trabalha em qualquer meio que envolve a sexualidade um dia já viu a mensagem "Suas publicações violam nossas diretrizes da comunidade". Mas por que o Tantra e tantos outros conteúdos a fim de educar e conscientizar são censurados em algumas redes sociais?
Recebemos essa mensagem sempre que violamos as diretrizes de alguma rede social como Instagram e Google, a última que ocorreu conosco foi especificamente por "prostituição, nudez", depois de postarmos um conteúdo associado a palavra “Tantra”. Muito provável que você fique confuso sobre o que é o Tantra e inconscientemente, acabe associando a algo negativo ou erótico como por exemplo; uma senhora que vendia cocada e certa vez passou na frente da minha antiga empresa oferecendo seu produto, a mesma quando soube que era um espaço tântrico se recusou a nos vender. O que a motivou a perder dinheiro naquele momento? Provavelmente, o preconceito devido à distorção de informações feitas até mesmo por praticantes tântricos e pessoas leigas, para mudar essa concepção errônea que muitas vezes identificamos nas pessoas hoje, é preciso refletirmos sobre o que há por trás dessa visão que a sociedade tem de nós e essa associação "pejorativa" do Tantra e as práticas podem existir.
Mas O Que Realmente É O Tantra?
De forma breve, uma descoberta para além do prazer, o Tantra é uma filosofia muito antiga originada na cultura Drávida, povo que vivia no vale do Rio Indo, com ensinamentos práticos que lida no hemisfério direito do nosso cérebro com experiências não verbais que influencia assim nos nossos comportamentos. Então, associe-se também a viver uma prática que faz você aceitar suas vulnerabilidades entendendo que a dor e o prazer coexistem no mesmo corpo, além disso, o Tantra possibilita desenvolver e aguçar os cinco sentidos para que nós possamos viver o momento com presença, ele traz uma conexão com o natural e o simples, desacelerando nossa vida que sempre tende a acelerar cada vez mais. É uma escola de desenvolvimento sensorial que resgata nossa essência, humanidade, traz autoconhecimento e autopercepção.
Mas O Que Podemos Fazer Para Ensinar o Tantra?
Retomando nossa experiência já relatada aqui, você acredita que o preconceito que fez a senhora perder dinheiro na venda de suas cocadas, surgiu somente por falta de informação? E como podemos desassociar essa percepção das pessoas?
Algumas vertentes associam a prática tântrica à atos vulgares, grupais, dando maior visibilidade a algo extremamente erotizado e também a utilização do nome Tantra erroneamente associando-o à prostituição, principalmente com sua utilização para venda de sexo com nome de “massagem”. Existe toda uma questão cultural e muitos tabus em relação à sexualidade e aos prazeres que os nossos corpos podem alcançar, no exemplo citado tentamos conversar e explicar para a senhora e explicar um pouco sobre o nosso trabalho, mas muito devido à idade e a toda essa cultura que temos era improvável ela ter uma percepção diferente, pelo menos não com uma simples conversa. É necessário falarmos mais, incluirmos conhecimentos nos nossos sistemas de ensino, inserindo também em canais de influência, ficamos na esperança de termos pelo menos plantado uma sementinha na cabeça dela, que a faça começar a enxergar com outros olhos o que realmente são práticas tântricas e seus benefícios para a vida, pois como terapeuta sei e atesto o quanto é transformador.
Cabe plantarmos as sementes em diferentes áreas da sociedade, conversando abertamente com as pessoas, explicando e debatendo o preconceito ou a falta de conhecimento. todos os dias vemos atos totalmente pejorativos, exagerados e totalmente machistas, em músicas, vídeos, piadas e em qualquer meio de mídia, de forma totalmente aberta a todos o que faz ainda mais o nosso trabalho necessário.
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